quarta-feira, 7 de maio de 2008

Psicologia do Excepcional

Desvio Motor – Amputados
Classificação Funcional:
 Adaptação relativa a membro inferior indo do melhor pro pior
 Restabelecimento completo
 Restabelecimento parcial  pode fazer tudo, mas não todo o tempo. Ficar em cima da
prótese é complicado, precisaria de uma adaptação completa.
 Independência geral  é independente, trabalha, mas não pode fazer certas coisas como
jogar tênis, dançar
 Autonomia limitada  não tem uma incorporação total da prótese, tem que tirar um tempo.
 Prótese estética  não é funcional
 Prótese impraticável  o individuo não consegue usar a prótese, usa cadeira de rodas que
também precisa ser receitada que nem a prótese
Adaptação à prótese - Treino (fisioterapia) nova orientação profissional  ha treinamento
antes de colocar a prótese e depois também.
Atividades que não exijam muito da prótese
O mais importante é o significado que aquela prótese tem pro individuo psicologicamente.
O trabalho de treino na fisioterapia é antes (pra treinar o coto) e depois pra se adaptar a
prótese - muitas vezes tem que ser reabilitados profissionalmente para atividades que não
exijam muito da prótese.
Quanto menor o coto mais difícil é a adaptação - amputação de perna é muito mais fácil que
quando é na coxa.
Aceitação da perda física - aspecto psíquico - percepção da incapacidade - conseqüências da
frustração.
 É preciso levar em consideração o aspecto psíquico e entra a idade, o sexo, o tipo de
personalidade.
 O que importa é que o individuo perceba a sua condição e as possibilidades de reabilitação.
Abandono pela não incorporação da prótese
 A causa maior de abandono da prótese é pela não adaptação.
 Ha casos inclusive de pessoas que não querem perder a condição de amputado pois vivem
de esmolas e não acreditam que possam ter um trabalho que os sustente - temos que levar
tudo em consideração.
 Não podemos ter a ilusão que a psicologia é onipotente - é preciso que o sujeito tenha o
desejo.
Incorporação ao esquema corporal - sinto-me uma pessoa incompleta.
 Quando a pessoa começa a reclamar que se sente uma pessoa incompleta é o momento da
terapia funcionar, mas só quando ele começa a pensar em voltar a ser o que era é que a
incorporação poderá ocorrer.
Negação da incapacidade - tentativa primária de compensar a perda. Estado de depressão e
desorientação. Vivencia de luto diante da perda
Material diagramado por Cerise, Gil e Purpurine www.lessa.com/psicologia

 Muitos não querem ser atendidos pela psicologia em função dessa negação - dizem que
estão muito bem.
 Uma defesa de ego muito grande pode fazer com que o individuo não aceite sua
incapacidade.
 Não é em função do tamanho da perda - as vezes uma pessoa que perde um dedo pode
sentir-se pior que outro que perde um membro.
 A depressão é importante que aconteça e que a pessoa fale disso para que comece o
tratamento efetivamente.
 A vivencia do luto é importante e não se deve mexer com a pessoa nesse momento - o
melhor momento é quando ela começar a reclamar.
Aceitação da perda pelo amputado e pelos outros. Superproteção da família.
 Uns não negam a incapacidade, mas não aceitam a prótese.
 É preciso trabalhar também com a família que viverá uma mudança e precisa apoiar o
amputado.
 A perda física precisa ser aceita também pela família e o atendimento inicial deve ser com a
família trabalhando todos dentro daquela situação, não destacando o individuo a principio.
 A família tende normalmente ou a rejeitar ou a superproteger por mais que a fisioterapia
avise que não deve - as duas posições atrapalham muito.
Fenômeno dos membros fantasmas
 Sente dor, formigamento, cócegas, etc no membro que foi amputado.
 Tem uma origem neurológica - continuam a ter estímulos por um tempo.
 Tende a desaparecer e se não desaparecer é porque o sujeito não fez a elaboração da
perda
 Sem perder essa sensação não tem como se adaptar à prótese.
 Faz parte da fisioterapia tentar incorporar a imagem através do espelho - mas se o individuo
nega, ou aceita mas considera a perda importante, não elabora.
Ocorre logo apos a cirurgia perda e continua por um tempo.
Sensação contínua da presença do membro. Associada a dor - origem neurológica
Reabilitação incluindo a psicoterapia
Perspectivas profissionais são importantes
 Toda reabilitação termina com a reabilitação profissional
Significado Psicanalítico
 Como esse individuo viveu a castração
 Olhar seu corpo e ver uma falta
 Quem não elaborou razoavelmente a castração terá mais dificuldade em enfrentar perdas,
pois a castração passa a ser revivida em cada perda que a pessoa tem.
Castração consumada
 Tanto a negação da perda, quanto o uso dessa perda pra ter atenção da sociedade
demonstram uma não elaboração da castração.
Castração - experiência psíquica inconscientemente vivida pela criança por volta dos 5 anos,
importante para a identidade sexual.
A criança sai da ilusão de onipotência
Menino nunca concretiza os desejos da mãe  o menino vai perder o desejo em relação a mãe
Material diagramado por Cerise, Gil e Purpurine www.lessa.com/psicologia

Experiência renovada ao longo da vida
Ex: "Pequeno Hans" - complexo de castração
 O menino não saia na rua por medo de cavalos e desenhava penis por todo lado
 O menino tinha transferido o medo do pai para medo de cavalos.
É a castração que nos faz entrar na sociedade - nossa censura é herdeira do complexo de
castração.
O que importa é como o individuo vive essa perda e não a extensão da mesma.
Deficiências da Fala
Fazem parte do desvio motor
Temos problemas de fala de base orgânica e outros de base funcional (emocional)
 Nos problemas emocionais não existe comprometimento orgânico, mas em todos existe
comprometimento emocional
Predominantemente funcionais - problemas emocionais
Fala defeituosa - interfere com a comunicação
Variam: idade, sexo, inteligência, estado emocional, condições físicas e culturais.
 Idade  alguns problemas são normais em determinadas idades
 Inteligência  paralisia cerebral, por exemplo,
 Emocional  interferem na fala, na linguagem, etc
 Físicos  problemas orgânicos
 Culturais  variação dos fonemas de acordo com a cultura
Evolução da fala: características gerais, nível de vocabulário.
 Não temos um aparelho fonador - usamos parte do aparelho respiratório e parte do
aparelho digestivo - a fala é uma adaptação do ser humano.
 É possível falar sem cordas vocais usando o esôfago.
Produção da fala: respiração, fonação, ressonância e articulação (moldado em fonemas)
Fatores psicológicos - Fatores orgânicos - a maior parte dos defeitos de fala tem
componentes funcionais e orgânicos
 Mas a gagueira, por exemplo, só tem componente funcional.
Causas funcionais: aprendizagem, padrões regressivos, distúrbios da personalidade (fala do
histérico, do psicótico, do autista)
Fatores orgânicos: fenda palatina (céu da boca aberto ou muito alto - o ar sai pelo nariz),
desenvolvimento precário de outras partes da boca e dos maxilares, irregularidades dentais,
paralisia muscular da laringe, tumores e úlceras nas áreas vizinhas, perda da laringe, lesão
cerebral, obstrução nasal.
 É importante fazer a correção quando possível antes de iniciar a fala, pra não interferir no
esquema da fala pois senão depois mesmo corrigindo pode ainda ficar com problema.
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Classificação dos Transtornos: de articulação, de ritmo, perturbações da voz, fala demorada
ou retardada, mutismo e afonia, fenda palatina, fala da paralisia cerebral, afasia (lesões
cerebrais), surdez e retardo mental, QI abaixo de 70, perturbações da fala.
Articulação (dislalias): omissões, substituições, distorções ou adições de fonemas.
 Dislalias, distorções de fonemas, trocas de fonemas - a criança faz naturalmente nos 2
primeiros anos e corrige naturalmente e é importante a família não pressionar. A criança
não fala direito por estar ainda em processo de maturação.
 É o mais fácil de corrigir, mas uma dislalia prolongada pode indicar uma dislexia
Distúrbio do ritmo: gagueira (espasmofemia)
Fenda palatina: fala anasalada - rinolalia
Fala da paralisia cerebral - disartria - distúrbios da voz e fala
Afasia:
Toda afasia é problema neurológico - é diferente do surdo que não fala, mas não tem nenhuma
lesão que impeça.
1. Afasia sensorial ou receptiva - pode ouvir e ver, mas não compreende a fala falada ou
escrita
 Ele ouve, vê, mas não entende o que ouviu ou leu.
2. Afasia motora ou expressiva - o aparelho fonador não está paralisado, mas o indivíduo é
incapaz de falar ou escrever
 O aparelho fonador está perfeito mas ele é incapaz de falar ou escrever devido a area
do cérebro que está lesada comprometendo a parte motora.
3. Afasia conceptual ou amnésica - é incapaz de encontrar as palavras e formular conceitos
 Chama cadeira de bule, por exemplo.
 É incapaz de organizar o pensamento
Ex: rapaz atacado por um vírus transmitido pelo rato ficou com uma lesão gerando afasia -
trocava o nome dos objetos mas percebia que estava fazendo isso - colocava uma caneta pra
ferver junto com o ovo e logo percebia o absurdo. A lesão afetou varias funções. Ele percebia
mas na hora de transmitir, transmitia errado e ficava muito angustiado com isso.
4. Afasia mista ou global - todas as formas de linguagens são afetadas
Afasia ou Disfasia: autismos e esquizofrenia infantil  é melhor chamar de disfasia pois não
tem nenhum comprometimento neurológico.
Diagnóstico: exame físico, exame odontológico, nível intelectual, exame audiométrico.
 O exame físico normalmente acaba sendo feito pelo pediatra, neurologista e depois entra o
fonoaudiólogo - a figura do medico foniatra está desaparecendo (médico especialista nessa
área que exige maior conhecimento do que o fonoaudiólogo que é apenas um técnico)
A dislexia aparece na aprendizagem - a troca de fonemas quando passa dos 3 ou 4 anos é um
sinal de uma possível dislexia.
Material diagramado por Cerise, Gil e Purpurine www.lessa.com/psicologia

Equipe de reabilitação: foniatra, fonoaudiólogo, otorrino, cirurgião plástico, psicólogo.
Problemas de Fala - indivíduos são menos aceitos pelos iguais. Mais problemas de
ajustamento, mais ansiosos, nos testes projetivos os pais são percebidos como autoritários
(dados de uma pesquisa)
 Num mundo tão corrido a comunicação é muito importante
Crianças com problemas de fala: condições anormais de parto, alimentação em mamadeira,
desmame prematuro, treino prematuro de hábitos higiênicos, demora em andar e falar,
dificuldades de atenção, dificuldades na leitura (dislexia), dificuldades nos hábitos de saúde e
de trabalho.
 Crianças que são forcadas a ter controle higiênico (fazer xixi e coco no lugar certo) antes do
tempo podem gerar problemas de fala
 Todos os atrasos podem ser indicativos tanto de problema orgânico quanto emocional
Atendimento: em clínicas e nas escolas. Orientação aos professores e pais, oferecimento de
serviços à criança que incluam o atendimento psicológico e fonoaudiólogo.
 O atendimento odontológico, fonoaudiológico e psicológico são os três mais importantes.
Gagueira (espasmofemia) - tem duas formas  taquifemia e bradilalia
 Taquifermia  palavra acelerada
 Bradilalia  lentificação da linguagem
 Não existe um gago igual ao outro
 A gagueira se mostra com bloqueios que podem ser em alguns sons, em silabas, em
palavras. Tem gago que só se nota a gagueira no final da frase.
A gagueira é mais fácil descrever do que definir
Bloqueio - hesitações, prolongamentos - repetições (sons, silabas, palavras e frases)
O importante é diagnosticar e fazer o acompanhamento.
Dislalia  é a nível funcional e com fisioterapia corrige
Dislexia  é problema neuronal, uma perturbação a nível central dos sons dos fonemas.

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